A equipa feminina da Sociedade União 1.º Dezembro está (mais uma vez) de parabéns! Para além de deterem o título de campeãs nacionais por nove anos consecutivos, completaram uma centena de jogos, a contar para o campeonato nacional, sem perder! O feito é de tal forma relevante no panorama do futebol feminino nacional que a RTP dedicou o reportagem 30 MINUTOS à equipa sintrense
Feito Histórico,100 Jogos sem perder.
«6 Épocas desportivas: o equivalente a 100 jogos consecutivos sem derrotas (2005/2006 a 2010/2011)
O que se vinha antecipando que podia ocorrer, desde o início do campeonato referente à época em curso, acabou por concretizar-se no dia 6 de Fevereiro de 2011. O alcançar de 100 jogos sem conhecer a derrota (para jogos do Campeonato Nacional, entenda-se), é um feito histórico e que merece ser destacado por todos e a todos os níveis.
Não é todos os dias que uma equipa alcança tamanho feito. Creio que ninguém ficará indiferente a esta marca histórica. São 6 épocas consecutivas sem saber o que é perder. E, com a marca fantástica de 95 jogos vitoriosos, concedendo 5 empates (o último dos quais na presente época, contra a equipa do Escola). Além disso, tenho a convicção que será reconhecido o mérito à equipa feminina da SU 1º Dezembro nesta conquista e não se irá ouvir/ler que este resultado só é alcançável por demérito das equipas que defrontam o 1º Dezembro ou, ainda, pela fraca competitividade interna. Seria de enorme falta de tacto e de bom senso que o fariam. Por várias ordens de razão, sendo que diminuir este feito sustentado em razões alheias ao clube não terá qualquer significado e sentido.
É conhecido o período conturbado, a nível financeiro, que o clube atravessa. Mas isso é mal geral da própria sociedade. Não obstante, os objectivos desportivos sempre foram conduzidos por outras bitolas. Poderíamos considerar que o sucesso desportivo estaria em risco face a estas dificuldades. Não, nada disso. O que se observou, com maior ou menor dificuldade, com mais ou menos “sustos” pelo percurso, o que norteou as atletas, treinadores, dirigentes e o próprio clube, foi a determinação em alcançar um facto memorável e que muito poucos podem, um dia, dizer que alcançaram “100 jogos consecutivos sem perder”.
Desde 2005, até ao presente dia, foram muitas as atletas que tornaram possível este marco no futebol feminino em Portugal. Algumas com carreiras de sucesso além fronteiras e que não podem ser esquecidas nesta comemoração. Não faria qualquer sentido e seria uma enorme ingratidão. Foram, também, alguns treinadores e dirigentes que alicerçaram as bases para que este dia fosse possível. Não me faz sentido nomear um por um, pois tenho a certeza que todos se identificarão nesta conquista com a sua quota-parte de responsabilidade e orgulho.
A conquista é colectiva, de uma equipa, que integra um determinado número de atletas, treinadores e dirigentes e não por individualidades. Esta é a máxima que deve predominar nos desportos colectivos. Será tanto mais importante a individualidade quando incluído num grupo com capacidade e potencialidade para poder explanar toda a sua qualidade e habilidade. O conjunto faz a diferença.
Esta realidade observa-se na SU 1ºDezembro. Com todas as apreciações subjacente à forma como o realiza, a verdade é que nos últimos anos, foram inúmeras as atletas (e, goste-se ou não, estas é que interessam e fazem “a” equipa), que com a sua qualidade individual em prol de um colectivo, brilharam bem alto. Outras potenciaram as suas qualidades inatas e, finalmente, outras surgiram via equipa de formação da SU 1ºDezembro. O que pressupõe que o trabalho desenvolvido há muitos anos irá continuar a formar mais atletas de enorme potencialidade.
No entanto, depois desta conquista, uma questão é obrigatória, na minha perspectiva. Que futuro se reserva para a equipa feminina da SU 1ºDezembro? Face a todas as dificuldades sentidas nesta época, quais as perspectiva para esta equipa? Manter o domínio interno que se tem verificado nos últimos anos? Parece-me que começa a ser curto, muito curto para a ambição das próprias atletas. Estas não têm culpa que os quadros competitivos não exijam maior dificuldade, com o devido respeito por todas as equipas existentes (sem estas já não existia futebol feminino há muito tempo).
Na minha opinião, muito pessoal, a equipa feminina da SU 1º Dezembro vai ter que se reinventar num quadro em que a conjectura económico-financeira não é a mais aconselhável a aventuras. Mas, serão estas aventuras que irão projectar a equipa a um patamar superior, a um reconhecimento que a permita sustentar a níveis diferentes e fazer face aos períodos mais sombrios que tem vivido.
Parece contraproducente, mas não terá alternativa para manter as expectativas do clube e das próprias atletas. Tem que assumir ponderadamente que quer dar um salto mais à frente.
A autarquia e os patrocinadores devem estar orgulhosos da equipa e do quanto esta já contribuiu para a projecção quer de uma quer dos outros.
Mais uma página relevante do futebol feminino em Portugal foi escrita, ontem, pela equipa feminina da SU 1º Dezembro.
Os meus parabéns a todos que contribuíram para o sucesso.»
Maria João Xavier
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